Evidentemente, não podia escapar a Parmênides que o espetáculo do
universo, do mundo das coisas, tal como se oferece aos nossos sentidos, é
completamente distinto deste ser único, imóvel, ilimitado, mutável e
eterno. As coisas são, pelo contrário, movimentos, seres múltiplos que vão e
vêm, que se movem, que mudam, que nascem e que perecem. Não podia, pois, passar
despercebido a Parmênides a oposição em que sua metafísica se encontrava frente
ao espetáculo do universo. Então Parmênides não hesita um instante. Com esse
sentido da coerência lógica que têm as crianças (neste caso Parmênides é a
criança da filosofia) tira corajosamente a conclusão: este mundo heterogêneo de
cores, de sabores, de cheiros, de movimentos, de subidas e descidas, das coisas
que vão e vêm, da multiplicidade dos seres, de sua variedade, do seu movimento,
de sua heterogeneidade, todo este mundo sensível é uma aparência, é uma ilusão
dos nossos sentidos, uma ilusão da nossa faculdade de perceber. Assim como um
homem que visse forçosamente o mundo através de uns cristais vermelhos diria:
as coisas são vermelhas, e estaria errado: do mesmo modo quando dizemos: o ser
é múltiplo, o ser é movediço, o ser é mutável, o ser é variadíssimo, estamos
errados. Na realidade, o ser é único, imutável, eterno, ilimitado e imóvel.
Declara então Parmênides, resolutamente, que a percepção sensível é
ilusória. E imediatamente, com a maior coragem, tira outra conclusão: a de que
há um mundo sensível e um mundo inteligível. E pela primeira vez na história da
filosofia aparece esta tese da distinção entre o mundo sensível e o mundo
inteligível, que dura até hoje.
Disponível em:< http://iffilosofia.blogspot.com.br/2011_10_01_archive.html>Acesso
em: 05 mai. 2012.
Quando pensamos no ser, é claro a que percebemos o ser único que é perante a atitudes, reações e ações que tem durante toda a sua passagem pelo mundo em que vivemos, diferenciando o mundo sensível e o mundo inteligível, e que ambos a sua maneira são importantes.
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